04 outubro 2009

Infinito Resumido.

Estou com uma vontade louca de escrever hoje. Escrever qualquer coisa que esboce vida e sentimentos. Como se as palavras pudessem dizer o que o coração não diz. Tanta euforia vivida, tanta decepção. A vida poderia ser mais simples se pudessemos ver o que vem na frente. Se passos não serão em falso, se o chão não vai abrir e te levar direto pro inferno. Uma sensação de criança louca pra por a mão na tomada, mesmo que morrendo de medo, o choque pode ser divertido. Exclusivo e emocionante. A vida tem suas tomadas, insignificantes, coloridas que não mudariam nada se você passasse reto por elas. Ou mudariam. Tomadas são apenas tomadas. A vida é diferente. Você é mocinho, você é bandido. E no meio disso tudo você é mulher. Mocinha sempre? Meiga, doce e quem sabe bandida dependendo dos olhos de quem te vê. A sociedade criou regras pra um jogo que ela não sabe jogar. Na vida real sempre parece que eu sou uma estúpida, quieta e mimada, sem nada mais a oferecer. E quem disse que é mentira? O mesmo que garante que é verdade. Nada mais importa, coerência pra quê? No meio de uma mente desorganizada, coerência é o que menos me importa. Uma felicidade enorme me toma, um medo terrível me amedronta. O mundo ama a tristeza, a dor e o sofrimento, na sociedade você é bom se você sofre. Quem ri de tudo e tudo ama é palhaço. Momento de palhaça não sobrevive muito dentro de mim, algo tem que vir e me dizer: "Cala a boca babaca, você tem que sofrer." Ser feliz virou tarefa dificil, porque a felicidade é livre, amável e ventania. Quem disse que isso é preciso hoje em dia? O mundo ama o drama, o peso do amor eterno que realmente tem que ser eterno. O eterno é muito pra quem vai viver no máximo 95 anos. Contradições em toda parte. Será que isso vale a pena. Será que é como dizem? Subiu à cabeça? Será que é abrir mão do amor eterno pela vida passageira? Ou será que é abrir mão de si mesmo por algo que se imagina? O mundo cuida de mim, não pra me ajudar, mas pra virar depois e dizer: "eu avisei". Quem no mundo vai ler e entender? Quem vai dizer que eu falei a infinidade de um pensamento? Sinapses confusas, mal feitas e falhas. Menores mil vezes que aquilo que vem do Espírito, inalcançavél, inenarrável, inexistente. Palavras ouvidas e profanadas. Mentiras de sujos e mau lavados. Erros que nos ensinam. Ensinamentos que nos fazem errar. Nada que realmente preste nesse mundo inconsequente. Nada que consiga dizer tudo o que eu sinto, que nem eu mesma posso saber o escuro do meu ser. De que lado eu vou estar? Espero acordar e saber que o que eu vivi foi real, e que ninguém tem culpa daquilo que sonha. (MJFC)

Ele.

Ele ri da minha loucura. Dos excessos e exageros do meu bem querer. Gargalha do samba no meu pé. E duvida da existência e da esperança. Mas não duvida de mim, que sei bem. Apenas ri. Feito homem vivido diante da menina mimada. Mal sabe que ainda é preciso viver tanto, pra entender o que eu já sei. Não crê no mundo. E evita o impossível. Não dança. Não canta. E limita os próprios sonhos. E das coisas boas só faz poesia. Ele tem força, garra e no fundo esperança. Mas finge que prefere os dias cinzas. Não para mim. Porque eu menina, sei tanto. Tanto. Não para saborear-te. E de vida, lambo os beiços. E de ti ainda mais. E para que saibas, prefiro os dias coloridos, de verde rosa, como porta-bandeira que vibra, roda e sorri. Porque sem samba, meu caro, não dá! (Juliana Marques) E eu, estou precisando sambar.

Sustância.

Me refugio nos livros, eles não me traem. Sou das esquisitices de ficar olhando joaninhas como ponto final. Um dia meu olho vira letra ou grilo e sai voando. Escuto a torneira pingando pego o som descrevo a água. Um copo de palavras me sustenta. (Haydée Hostin Lima)

Amizades.

Quando eu era mais nova me sentia orgulhosa de ter um trio inseparável de amigas, meninas que andavam comigo pra lá e pra cá e que sabiam tudo da minha vida. Cada coisa que passamos juntas e separadas pela distância, tanto medo de que as mudanças destruissem nossa amizade, tantas risadas desenfreadas e medos de escuro. Banhos que tomamos juntas, sem vergonha de dizer isso. Camas divididas, pipocas e colchões no chão. Muitos menininhos pra conversar sobre eles e depois ver o quanto fomos idiotas por gostar tanto deles. Sempre achei isso o máximo e qualquer tentativa de transformar o trio em um quarteto ou quinteto era impensável. E assim eu me fechava como uma ostra, acreditando plenamente que amigas eu só tinha as duas o resto era só colega. Hoje em dia eu vejo que não é mais assim. Conheci pessoas a pouquíssimo tempo, e talvez pelas 8h de convivência diária, eu tenha visto que servem perfeitamente no meu coração. Meloso, mas sincero. Conheci meninas legais, companheiras, conselheiras e que cuidam de mim tão bem quanto as que cresceram comigo, talvez não me conheçam tão bem, mas se esforçam pra me ajudar naquilo que eu acredito ser melhor pra mim. Já me dão bronca, já se metem, já me auxiliam, fazem parte do meu mundinho. Só queria falar pra quem quiser ouvir (ou ler) que essas pessoas são especiais e que a vida é feita disso, pessoas diferentes, sinceras, alegres e que te acrescentam alguma coisa. Mil beijinhos pra Rayssa, Marcele, Cella, Lorena, Dafne, Raíra, Andrea, Sabrina e Lívia.