05 setembro 2010

=)

Quanta bobagem eu já escrevi aqui.

Comedor de Lótus

Quão doce era ouvir o som do riacho Com os olhos semicerrados, as águas lá embaixo, E eu mergulhando no sono e no sonho (...) Comendo Lótus, dia-a-dia (...) Entregando o nosso coração e o nosso Espírito, Inteiramente às influências da melancolia da mente tranquila, Meditando e cismando e vivendo outra vez pela memória, Com aquelas antigas faces de nossa infância, Que agora estão debaixo da terra e da relva, E são duas porções de cinzas, contidas numa urna de bronze. Tennyson

03 janeiro 2010

2010

É Ano Novo e as coisas continuam velhas. Não entendo essa mania que as pessoas têm de achar que tudo muda porque a Terra deu a volta no Sol. Tudo continua igual pra mim, meu cabelo continua com duas cores, eu ainda devoro bolo de chocolate em 5 minutos, continuo com preguiça pra estudar, ninguém descobriu a cura da AIDS, continuo a sentir dores de cabeça constantes, pessoas continuam morrendo soterradas, outras continuam renascendo sem serem desejadas e Michael Jackson não ressussitou como ele fez em Thriller. Pra piorar eu tenho prova amanhã (e pela última vez: não é prova final!) =/ Mas não quero que entendam que eu tô reclamando, não tenho nada pra reclamar. Tudo continua perfeitamente cabendo nos meus entendimentos de mundo e é isso que me satisfaz. Aliás era isso que eu queria dizer, meu desejo esse ano é que as pessoas procurem um entendimento de mundo que seja satisfatório, porque uns vivem num mundo paralelo de fantasia e outros simplesmente estão no mundo, mas perderam a viagem. Só não se preocupem, porque sempre dá pra correr atrás do ônibus e o motorista é compreensivo e.. argh! As minhas metáforas idiotas continuam as mesmas também.. Tô boba hoje, boba desde o início do ano. Tomara que ao longo desse ano vivamos coisas bobas, cheias de bobeiras, bobagens e muitas bobeirinhas bem gostosas de se viver. Só isso.

29 dezembro 2009

Sonho Romântico

Não sei se quando estamos acordados podemos chamar de sonho, mas hoje veio algo na minha mente meio louco. Eu tinha 19 anos em 1968, flores nos cabelos compridos e ideias na cabeça. Eu tinha um broto (haha).. um broto legal, ele compartilhava as minhas ideias e tinha a mim também. A tarde, ele me chamaria pra passear no seu Austin Healey Mark, de 67, sem sentir o tempo passar, ouvindo Beatles pelo caminho até o meio do nada. Lá encontraríamos nossos amigos. Perto do sol e do mar, ouviríamos um som de um violão agradável. Nossos assuntos seriam a Guerra do Vietnã, o cabelo do Paul McCartney e o que aconteceu com nossos amigos repreendidos pela Ditadura Militar. Um de nossos camaradas faria um discurso sobre como somos fúteis por estar ali conversando ao invés de lutar pelos nossos ideais, nós concordaríamos e nos proporíamos a mudar o mundo com belas palavras. "Sejamos realistas: exijamos o impossível!", "Faça amor, não faça guerra!".. E no fim, o capitalismo venceria no exato momento em que comprássemos clandestinamente num sebo qualquer, um livro de Marx por alguns cruzeiros novos. Alguém que conhece alguém diria que Wilhelm Reich era interessante e defendia a nossa luta pela liberdade sexual. Sim, sim! Seríamos livres, mas eu seria livre só pra "ele" e "ele" pra mim. Alguém diria: "que tal um pouco de Bob Dylan e Joan Baez? Se colocarmos baixinho, talvez os homens não escutem!" .. E assim passaríamos a tarde discutindo sobre as filosofias mais loucas e as formas de ver o mundo, confrontando Deus com a ciência e a poesia e transformando tudo isso no nosso mais louco alucinógeno. Depois disso tudo, nós iríamos ver o por do sol ao som de Roda Viva, lado A do terceiro LP de Chico Buarque e nada mais importaria. Meu broto e eu pararíamos o Austin Healey na futura e então pacata Barra da Tijuca, cheia de mato e ele me diria que ali no meio do nada construiria uma casinha pra gente morar e ensinar nossos filhos a amar a natureza. "Quanto mais faço amor mais sou revolucionário. Quanto mais sou revolucionário, mais faço amor." E naquele momento, ele e eu, faríamos a revolução mais psicodélica do mundo! Voltaríamos as pressas pra casa, pra que meu pai não reclamasse a noite inteira. Nos despediríamos escondidos e com uma promessa de ir ao III Festival Internacional da Canção só pra ouvir Caetano cantar. Chegando em casa, mamãe estaria vendo A Feiticeira e desejando arrumar a casa como Samanta e ser linda como Elizabeth Montgomery. Eu iria pro meu quarto rir daquilo. Um pedrinha na janela no meio da madrugada seria o sinal, meu broto iria pra lá e eu dormiria nos braços dele, ouvindo ele cantar pra mim Don't Worry Baby, dos Beach Boys e ali nada poderia me afetar. Mas aí, tive um pesadelo onde o mundo não se preocupava com mais nada, não haviam flores, nem cabelos grandes, ninguém ouvia Beatles e a música preferida era um monte de barulhos incômodos, liberdade sexual era bem explícita nas boates em qualquer madrugada de sábado, e as pessoas não se encontravam mais na beira da praia pra conversar, tudo era feito através de uma tela, e os sonhos não eram vividos e sim escritos em um blog idiota.. =( "The dream is over" (John Lennon)

23 dezembro 2009

1983/2009

Acabei de ver, com meu pai, a final do Brasileiro de 1983. Flamengo X Santos, sendo o segundo jogo da final, Santos com um gol de vantagem. Incrível como mesmo sabendo que o jogo foi a 26 anos atrás, me deu uma vontade de torcer, comemorar os gols e eu fiquei toda arrepiada com os relatos de Adílio. Não entendo o porquê disso tudo, o porquê de mesmo sabendo que é um jogo, que é um esporte, também um comércio, o futebol comove loucamente as pessoas, deve ser pela vontade de estar juntos por um ideal; sentir algo que não existe fisicamente, mas existe. Um orgulho de uma Nação, uma arte. Sinto uma leve tristeza dentro de mim por não ter visto Zico jogar, nem só ele, mas muitos outros que faziam arte com a pelota nos pés. Não pude ver Zico, nem Adílio, nem Júnior.. mas vejo outros como Angelim, Leo Moura, Juan e Pet. E por falar nisso, ainda nem me pronunciei sobre o Hexa, eu quase chorei no gol do Grêmio, quando mostram a tabelinha com o Flamengo caindo pra terceiro, eu quaase chorei mesmo, mas foi quase. Minhas lágrimas, eu guardei mesmo para o final, quando o time deu a volta por cima e a torcida inteira, e mais outros trinta e cinco milhões espalhados pelo mundo, gritavam freneticamente: "é campeãããooo!"